quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

É preciso telar a casa ou apartamento

Por que telas de proteção? Vale telar minha casa ou apartamento?
Já falei um pouco sobre isso em outra postagem. Mas acho que vale um tópico só pra isso.

Eu acho que ter um animal é uma certa maldade. Juro, acho mesmo! Porque, a principio (sempre esse a princípio!) realmente eles nasceram para a liberdade.

No entanto, domesticaram alguns animais. Processo longo de muitas gerações. Transformaram animais - que eram apenas animais - em animais de estimação. E que palavra bonita, né? São os animais dotados de carinho e afeto. São animais que não são mais quaisquer, eles têm nome e endereço.

Além disso, perdem alguma coisa de seu lado animal. Já não caçam mais como antes ou mesmo o meio que oferecemos não é tão próprio para isso. Podem morrer de fome ou de sede se forem abandonados (ou seja, morrem deprimidos), podem arrancar os próprios pêlos... E segue uma grande lista de acontecimentos mais "humanos" pelo fato de os termos domesticado, algo de uma dependência do outro.

A cidade também oferece doenças inexistentes no que seria o habitat natural de um animal doméstico. E predadores estranhos, que fazem o que entendemos como crueldades. A própria cadeia alimentar seria uma crueldade... Mas nós os privamos disso. Como de alguma forma tentamos nos privar também. Criamos regras, estudamos para nos manter vivos e bem, mudamos a realidade natural.

As minhas gatas adorariam dar umas voltas. Sim, adorariam. Vejo em seus olhos a cada vez que passa uma revoada de maritacas. Percebo o interesse quando entro em casa e há vontade de dar uma espiada. Elas são curiosas.

Essa é uma das diferenças de criar um filho e de ter um animal doméstico: o filho é pro mundo. Você tem como transmitir a ele o suficiente para que ele leve suas próprias cabeçadas e siga numa vida mais independente. E por mais que seja difícil, os pais precisam permitir que filhos criem asas e tanto sofram as consequências como usufruam da vida. Eu entendo que quando optamos por ter um animal doméstico não devemos ter o ideal de que ele usufrua e arque com as consequências. O animal não tem como tomar algumas decisões que seriam fundamentais.

Esse é um dos motivos que, apesar de tudo vale a pena tê-los. Primeiro por uma questão afetiva, uma troca diária, o cuidar em si. Segundo, nessa de domesticar animais criamos uma porção de seres doentes, abandonados, indefesos, mortos de fome. Uma coisa lamentável. Reprodução ilimitada e mais filhotes que adotantes. Quem tem algum contato com a proteção vê quantas histórias tristes e bonitas para contar de animais totalmente entregues à sorte e animais que conseguem ter um lar e se tornam afetuosos com seus novos donos.

Adoro ter gatinhas curiosas, que vêm pesquisar quem é o amigo que está chegando, que - ainda que sejam gatas e desconfiem do desconhecido - possam investigar e mesmo se entregar às novas pessoas. Isso é assim porque, como diz uma grande amiga, "elas não conhecem a maldade do mundo".

Sim, eu as privo disso, eu cuido para que ninguém lhes faça mal - inclusive dentro da minha casa. Quando vem alguém consertar qualquer coisa, entregar, enfim, um estranho pra mim, assim como não se deve deixar a pessoa a sós com uma criança (e digo isso para que você tenha atenção), também não deixo com minhas gatas. Não quero que alguma delas vá amorosamente cheirar suas coisas ou seu pé e ele as espante agressivamente. Pra que isso não aconteça, eu cuido delas.

As três são castradas. É legal também dizer pra você que pensa que seu gatinho é castrado e que por isso ele não vai embora que isso é mito. Sim, o gato não caça fêmeas como um não-castrado (ou inteiro como chamam), mas ele passeia e nesses passeios qualquer coisa pode acontecer, desde comer o veneno de rato que a vizinha colocou até se perder por ter investido loucamente num lagartinho. A rua não é um lugar legal pro seu gato (e pro seu cachorro menos ainda). Lembro que você pode ter um gato de 7 anos que nunca "fugiu" mas que se um dia ele fugir, já era. Ele não precisa fugir várias vezes, basta uma para que você fique sem esse animal que você tanto estima ou para que se torne um paraplégico por atropelamento, por exemplo.

Eu não sou moralista com esse assunto. Acho que se você cuida do seu animal e pensa que vale arriscar, que o faça. Ele terá alguns ganhos como correr atrás dos pombos (e talvez até pegue alguma doença, mas vai ter sido feliz com a caçada). E pode acontecer de ele ficar mais em casa e dar a sorte de não ter grandes intempéries nos arredores. Acho que o importante é que sua escolha seja clara para você e não baseada na crença de que não vai acontecer. E que, acontecendo, você cuide dele como se comprometeu até então.

Eu gosto muito das minhas meninas. Eu quero poder vir contar pra vocês que elas viveram 20 anos (o que seria um absurdo para um mainecoon) ou que a Maia viveu quase 30 e é a gata mais saudável e antiga no planeta e que me deliciei muitas e muitas vezes com todas as vezes que pulou no meu colo para ser afagada, com suas peculiaridades do dia-a-dia e com sua maciez inenarrável. Dessa forma, eu telei as minhas janelas e garanti que nenhuma delas vai cair do peitoril brincando com uma mariposa.



OBS: Colocar tela pode ser barato se feito aos poucos.
OBS 2: Colocar tela pode ser mais barato (ou mais caro, se você fizer mal rsrsrs) se você fizer você mesmo.
OBS 3: O ideal é se você não precisa se preocupar com isso e tela tudo de uma vez ;)


Já fiz colocação de tela de duas formas. Vou tentar explicar na próxima postagem.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Como escolher meu gato?

Esse post é um pouco polêmico porque tem uma grande quantidade de pessoas que acredita que essa escolha é ruim. Acham que ou você quer um "filho" ou não quer. E que, assim como é absurdo ir adotar uma criança e escolher um recém nascido loiro de olhos azuis. Escolher um gato não é como escolher um objeto.

É... Concordo em parte. Eu aposto mais na liberdade de escolha de cada um, no que te direciona nas suas escolhas, quais as suas expectativas. Seja para ter um filho ou um gato, isso que é a idealização tem um lugar todo especial. Ainda que toda idealização abarque o imprevisível e, consequentemente, a frustração. Lembro também como se opta por ter (gerar) filhos em detrimento da adoção. Vamos ser mais afetuosos nas nossas escolhas e deixar o moralismo de lado. O que eu penso como mais importante é que diante da escolha que fizermos que seja uma escolha do coração e que sejamos responsáveis por essa escolha.

Pondere quais as suas exigências e invista quando você puder saber que não vai desistir. É importante para aquele que fica na espera de um lar.

Vou colocar alguns pontos que podem ajudar:


Com raça ou sem raça?

Gente, tem milhaaaaares de animais precisando serem adotados. Quem trabalha na proteção vive a resgatar animais, tratar e doar. Há animais de todas as cores, aparências e comportamentos. Em geral os custos já ficaram com os protetores, que vacinam, tratam com os remédios necessários, arrumam lares temporários que possam acolher o gato enquanto não adotam, enfim, há sim custos e aparatos, mas nem tudo fica por conta do adotante. Nessa opção, o leque é imenso e o custo de ter o animal é pouco. Adotar é um ato de amor, ajuda a diminuir os problemas da superpopulação das ruas e faz feliz um adotante e um adotado. Vale muito a pena!

Gatos de raça oferecem alguns diferenciais. Eles têm uma padronização estética e alguns indícios comportamentais mais característicos (tem gente que tem dificuldade de pensar isso em gato, mas basta pensar no cão como referência). Outra coisa que eu sempre lembro é o quanto manter um gatil com qualidade também é custoso. Quando visitei o gatil de onde saíram minhas mainecoons percebi que os gatos recebem as melhores rações, têm espaço para brincar e aparatos divertidos, todos são vacinados, cuidados, há um controle para que sejam saudáveis. O criador era amoroso, via-se paixão pelos gatos e pelo mantenimento do padrão da raça. Os filhotes ficavam em quarto com ar condicionado 24 horas. É um local que precisa de funcionária cuidando da limpeza sempre, que precisa de ter manutenção... Há um custo real de ter um gatil, de criar gatos com o máximo de qualidade possível. Então, se vai escolher um animal de raça, escolha um bom gatil, um gatil responsável. Conheça o espaço, verifique a situação dos animais. Não escolha por preço simplesmente, não faça parte da máquina de maus tratos animais visando somente o lucro.


Pêlos longos ou curtos?

Pêlos longos são sempre mais desejados por serem considerados mais belos por uma maioria. Isso é uma questão de preferência. Mas digo uma coisa: quanto você está disposto a ter pêlos pela casa e pelas roupas? O quanto se dispõe a aumentar seu investimento de manutenção da casa? Sim, faz diferença. Tenho 3 gatas, e o ponto que realmente me limita a ter mais gato - o meu ponto de basta - está sendo determinado pela quantidade de pêlos. Agora no verão então... Troca de pêlos, é demais. Outra coisa importante de ser vista é a questão da escovação. Todo gatinho será mais saudável se escovado periodicamente. Mas há certas raças que te exigem escovação periódica. As minhas criam grandes bolas de pêlo que tenho que tosar e que a escovação previne. Elas detestam ser escovadas, as minhas 3... É chatinho, não vou enganar você não.A a Mas é inegável que é bonito.


Adulto ou filhote?

Há prós e contras. Peguei uma adulta (Lili já tinha quase 3 anos), uma bebê (Maia veio com aproximadamente 1 mês) e uma jovem (Panka tinha por volta de 1 ano e 2 meses).
Quando você pega um gato adulto acaba já tendo noções de comportamento bem estabelecido. Já passou a fase de destruições, mordeção, educação. Se por um lado, fica mais difícil educar, por outro, já vem educado ou não. Educar dá trabalho e exige tempo. Se você está disposto a isso, pode investir num filhote, se não, pegue um adulto já parecido com o que procura. Há também comportamentos que nem sempre se moldam, ainda que pegando filhotes. Há quem queira gatos pacatos e molenguinhos. O que chamamos de "paninho", faça com eles o que quiser. Esses são os gatos fantasiados, aparamentados das mais diversas coisas. Há os elétricos e brincalhões, em geral mais inquietos e que não tolerariam essas coisas. Essas escolhas num gato adulto ou de raça (sabendo a característica de cada raça) podem ser mais fáceis.
A minha Lili veio acanhada, meio arisca. Vinha de cirurgia na orelha e de castração. Estava injuriada e ainda mudou de casa. Hoje, dois anos depois, é um doce. Me olha admirada, ronrona quando nos vê, é deslumbrante ver a mudança dela. Todas as visitas ficam maravilhadas que seja ainda a mesma gata.
Maia era bem espoleta. Deu algum trabalho e muitas alegrias. Ela teve que ser vacinada e castrada. Especialmente o processo de castração foi bem doloroso pra ela e pra nós (deixarei para outro capítulo). Há também algumas fragilidades de saúde em filhote. Ela teve um probleminha nos olhos que logo tratamos e acabou dando tudo cerro. É muito ligada em nós, chegou e em pouco tempo estava mamando nas nossas roupas. Acabei cedendo pra ela uma arara de pelúcia e ela ainda hoje mama nessa ararinha. Cada história!
E a Panka se adaptou mais fácil que a Lili, não sei se por ser mais jovem ou também pelo seu espírito muito dado desde sempre.


Fêmea ou Macho?

Só tenho fêmeas, então direi pouco.
Não sei em termos de afetividade. Já vi de tudo. Acho que vai do indivíduo e da criação. Machos podem ter uma coisa mais forte de territorialidade, podem ser mais brigões e marcam território. Tudo isso também vale pra fêmea, e só pra garantir que ficou claro: elas também marcam território. Os dois podem urinar na parede, pra trás. É mais comum no macho, mas é possível nos dois. A castração ameniza muito. Melhor castrar antes de adquirir o hábito da marcação de território. Dou graças que aqui todas as três usam exclusivamente a caixa de areia.
A castração do macho é mais barata e mais simples que a da fêmea.


De que cores?

Não é bobeira isso não! Algumas coisas: gatos pretos não dão azar. O que dá azar é a sua fé de que dêem. Já vi muitos adoráveis. O tal gato que eu quase peguei era um pretinho de bigodes brancos. Um luxo! Lindíssimo. Não dê voz ao preconceito!
Outro tipo que sai pouco são os ditos "vaquinha". Preto e branco, uma padronagem comum, mas com muitos maravilhosos. São os frajolinhas! Então se você quer um gatinho pelo amor de tê-lo escolha um desses, vai fazer e receber um bem!
Gatas tricolores são sempre fêmeas. Só pra você não ficar caçando um tricolor macho.
E gatos brancos, essa eu descobri na pele: são mais frágeis. Não existem felinos brancos na natureza. São mesmo muito bonitos, mas são mais problemáticos. É claro que você pode passar uma vida sem problemas com um branco, mas estatisticamemte são mais delicados. Há um percentual também grande de gatos brancos surdos. Eles se adaptam (o segundo nome do gato é adaptação), não rejeite um gato por ser surdo (princialmente se já o tiver adotado), há mil outras formas de vocês interagirem. Dessa forma, pegue um gato branco se você tiver disposição afetiva e financeira para cuidar de um desses. Descobri essas coisas depois de ter a minha e contarei detalhes a frente. Como disse a veterinária: um pepino branco. É a minha pepininha Panka linda que eu amo!


Um ou vários?

Já falei noutra postagem, mas vale repetir brevemente: melhor acompanhado, a princípio. E se vai fazer isso, vale levar irmãos para a adaptação.